LAUDELINO
Perdida naquela serra
No meio de araucárias
Escondida do progresso
Com dificuldades várias
Vivia uma família
Facilidades contrárias
AlI nasceu Laudelino
Gêmeo com uma irmã
Nasceu como tantos outros
De tarde, noite ou manhã
Ter filhos era rotina
Rotina dos casamentos
Nasciam como novilhos
Potros, coelhos, jumentos
Laudelino foi crescendo
Crescendo para o trabalho
Não sabia se era ruim
Ou bom, era só trabalho
Escola? Escrever pra que?
Ler também não é preciso
Trabalhar é o que importa
A vida ensina isso
Roça, casa, criação
Sol, poeira, chuva ou barro
Estórias de Malasartes
Cavalo serve de carro
Casou com dona Maria
E pôs mais gente no mundo
Filhos um atrás do outro
Nesse trabalho foi fundo
Foram oito, vivos seis
Mudaram pra outro canto
Ali os filhos cresceram
A família se firmando
Morreu a filha mais nova
Dezesseis anos de vida
A tristeza tomou conta
No peito abriu a ferida
Filhos casam e separam
Filho bebe até cair
Laudelino se entristece
Vendo seu mundo ruir
Pressionado por Maria
Resolve a roça deixar
Na cidade vê seu mundo
Cair e desmoronar
Logo foi atropelado
Maria foi pro além
Emoção entrou em pane
E o juízo também
Bebeu até o juízo
Não conseguiu suportar
Largou a vida pra traz
Foi com Maria encontrar.
quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
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