quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

sertão

SERTÃO
O caboclo nasce pobre
Pouca roupa e pé no chão
Gente não falta na casa
Pai, mãe e muito irmão

Educação é aquela
Que veio dos ancestrais
Lidar com a natureza
Já serve, tá bom demais!

Ler e escrever não carece
Isso é coisa pra doutor
Que vale é barriga cheia
E o corpo sem sentir dor

Pra distrair joga truco
Malha e até futebol
Se no rio não pega peixe
Bota a culpa no anzol

Sem casar é que não fica
Tem que ser moça donzela
Não há de faltar mulher
Se não for essa é aquela

E bota filho no mundo
Que é nossa obrigação
Pois aonde comem dois
Dá pra comer um montão

Assim a vida vai indo
Seguindo a sua linha
Chegando dia de festa
No almoço tem galinha
Se for dia de trabalho
Arroz, feijão e farinha


Se filho fica doente
A benzedeira aparece
Chá de erva e benzimento
Seguido de muita prece
Se isso tudo não der jeito
Paciência, o filho falece

Se um morre ele faz outro
Pra ocupar o lugar
Se não morrer, faz também
O que não pode é parar

Um dia é ele que vai
Pra conhecer o além
Depois da noite rezando
Fecha o caixão, diz amém.

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