quarta-feira, 26 de dezembro de 2007


Vivo sozinho
numa casa sem guardados
Pensando, sentindo
E analisando dados
Vivendo a solidão
O bom do passado, longe
A dor da saudade, aqui
No passado a referência
Para reforçar a dor
Do que se foi, me deixou
No vazio do desamor
Vou da sala pra cozinha
Grito a revolta e a dor
Berros meus e só pra mim
E que ninguém pode ouvir
O grito rompe o silêncio
Querendo matar a dor
A loucura desvairada
Por Ter perdido o amor
Café em goles miúdos
O cigarro busca a chama
A fumaça se enrola
No mistério, sua trama
Impossível entender
O porque, o que causou
Tamanha reviravolta
Na vida que me levou
Ontem eram gargalhadas
Hoje o choro dominou
Gritos com força gritados
Tentando expulsar o que
Me deixa os olhos inchados
O coração apertado
Conceitos estropiados
A razão luta, resiste
Busca restabelecer
O domínio do entender
O final deste sofrer
Passos lentos pela casa
Paradas pára gritar
Braços que buscam o alto
Querendo a dor expulsar
Loucura? Quem sabe é
Quem pode saber se não
Os loucos não sabem ser
Talvez nunca saberão
Enquanto não esclarece
Grito minha solidão
Sigo gastando os passos
A mente em turbilhão
Tento racionalizar
Lutando contra a emoção
Grito para dominá-la
Ela me joga no chão.
Já que a vida não para
Já que é impreciso viver
Vou continuar gritando
Pra acordar o meu viver
“Pooooooorraaaa de Viiiiiiiida!”
“Por que cobra tanto pelo que deu?”
“Filha da puuuuuuuuuuuta!”

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