quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

pai

PAI
As coisas estavam ruins
No país em que nascera
Casara e já tinha um filho
Mas a vida não crescera

Buscando o crescimento
Deixou o pai e irmãos
Cunhados e sobrinhada
Em busca de sonhos bons

Carregou mulher e filho
E num navio embarcaram
Rumo ao desconhecido
Depois de duas semanas
Na nova terra chegaram

Trabalho era difícil
De ajuda precisou
De saudade de sua terra
Escondido ele chorou

A fortuna não chegava
E voltar não dava mais
Precisava ir em frente
Não desistia jamais

Mais um filho e uma filha
Aumentaram a família
Sem capital e conforto
Tudo pouco até mobília

Conseguiu vencer a luta
A família carregando
Muito pouco de sorrisos
Muito tempo trabalhando

A idade avançando
Não pôde mais trabalhar
Não porque não quisesse
Foi obrigado a parar
Porque trabalho não tinha
Obrigado a vadiar

Isso foi grande castigo
Trancou-o dentro de si
Monotonia de vida
Marasmo está ali

O trabalho foi sua vida
Foi a sua diversão
Não soube viver sem ele
Se deixou ficar então
Como quem vive a morte
Sem parar o coração

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