quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

sertanejo

S E R T A N E J O
Escolheram o dia três de maio para comemorar o dia do sertanejo. Como qualquer dia de comemoração: dia das mães, dos pais, dos farmacêuticos, etc., é apenas uma data comemorativa; pois sabe-se que todos os dias o são de todos eles.
Ser sertanejo é mais que ter nascido e vivido no sertão. Ser sertanejo é ser simples. É associar a CHALANA com o amor perdido por nossa própria culpa.
Ver na CABOCLA TEREZA a mulher que nos abandonou e que preferiríamos vê-la morta à vê-la feliz nos braços de outro.
Chorar com SAUDADES DE MINHA TERRA relembrando ou simplesmente imaginando o canto dos pássaros, a lagoa de águas cristalinas, os regatos cortando as campinas, das festanças com danças e lindas meninas.
Reconhecer os milagres da fé na SENHORA APARECIDA, gerando curas ou consolando perdas irreparáveis.
Divertindo-se com a matreirice do MINEIRO aplicada no ITALIANO, reconhecendo que simplicidade não significa incapacidade mental.
Perceber a intensidade da amizade entre dois homens e o sofrimento pela separação causadas pelas mortes de CHICO MINEIRO e FERREIRINHA, mostrando que um amigo pode representar mais que um parente.
Ser sertanejo é sonhar com a possibilidade de um dia chegar a ser REI DO GADO ou do CAFÉ e reconhecer que as aparências enganam.
É chorar sobre um FIO DE CABELO a dor da perda da mulher amada.
É sofrer em dobro ao, num ato de desespero, rasgar o RETRATO da mulher amada que se foi e não voltou.
É fazer o JULGAMENTO da imbecilidade do homem, que se empenha na criação de armas, causa acidentes e grandes catástrofes, ao invés de procurar cura para os doentes e amparo aos idosos.
É ter consciência que parentesco é um simples fato biológico, que o importante é o amor entre os indivíduos, que um FILHO ADOTIVO pode amar mais os pais, que outro biológico.
É morrer de rir ao ver que O PALCO CAIU, por não suportar o peso adicional da morena que nele subiu para cantar com o cantor.
É a capacidade de suportar as inclemências, só abandonando a terra natal no ULTIMO PAU DE ARARA, retornando para ela com A VOLTA DA ASA BRANCA.


SER SERTANEJO É SER SIMPLES.......SIMPLESMENTE!

Um comentário:

Unknown disse...

Muito bonito o texto, demonstra a sensibilidade e o amor às causas sertanejas. O Tietêense Cornélio Pires e Monteiro Lobato foram os primeiros a relatar a cultura sertaneja em livros e depois deles a música tomou maior espaço, tanto que sómente de títulos Pepe conseguiu alinhavar o texto.
Parabéns, Pepe, não pare nunca.♪♫♪♫♪¨