quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

pinhão velho

PINHÃO VELHO
Na fazenda Pinhão Velho
Com meu amor fui morar
Buscando tranqüilidade
Pra nossa vida levar

Curtir a tranqüilidade
Daquele belo lugar
Fazer ali nosso ninho
Para viver e amar

Contar as vacas e bois
Ver nascer os seus bezerros
Devagar roçar o pasto
Buscando acertos, sem erros

No galinheiro galinhas
Criando os seus pintinhos
Ovos frescos pra despesa
Pro amor muito carinho

Uns porcos lá no chiqueiro
Criando e engordando
Dando um pouco de trabalho
Pro amor ir cultivando

Rotina só no trabalho
Movimento pro amor
Viver a vida pacata
No relacionamento ardor

As coisas iam se pondo
Devagar no seu lugar
Erros buscando acertos
Para a vida melhorar

Cinco vacas já domadas
Davam leite com fartura
Pra queijos e pra despesa
Tranqüilidade futura

De manhã roçava o pasto
Melhorando devagar
O mato ia caindo
Melhor pro gado pastar

De vez em quando parava
Deixava o gancho no chão
Admirava a paisagem
Do alto do espigão

Meu amor vendia coisas
Pra banho quarto e cozinha
Andando nas redondezas
No carro que a gente tinha

Era pra ganhar dinheiro
Mais pra quebrar a rotina
Sem ter grande compromisso
Sem apertar a botina

Um erro foi cometido
Deixando a vida rolar
Deixando a filosofia
Fraquejar, quase parar.

De repente o mistério
Deu o seu golpe fatal
Levou meu amor embora
Me causou tremendo mal

Hoje aqui na Pinhão Velho
Continuo a roçar
Tirar o leite das vacas
Os porcos alimentar

Dou milho para as galinhas
Lavo roupa e limpo a casa
Comida não me apetece
Lamento minha desgraça

Escrevo as minhas dores
Analiso pensamentos
Choro a minha desdita
Sofro todos sofrimentos

A vida perdeu a graça
Pra quem viveu como eu
Ficar sem o seu amor
Não vive mais, já morreu

Mas a vida continua
Me arrasta no seu mistério
Luto contra o sofrimento
Quero sorrir, estou sério

Pensamentos que não quero
Enchem a minha cabeça
Procuro me livrar deles
Antes que a razão faleça

É uma luta desigual
A emoção joga duro
Pensamentos atropelam
Distorcendo o que era puro

É duro ver meu amor
Percorrendo o descaminho
Procurando sem saber
O que está no nosso ninho

Ela tem que lutar muito
Descobrir o que a destroi
Estudar esse mistério
Que dá trabalho e dói

Seu futuro é promissor
Pode ganhar grande altura
Com razão e emoção
Estudo e muita ternura

Porém uma escolha errada
Num trevo desse caminho
Pode desviar seu rumo
Para um futuro mesquinho

Tomara que o mistério
A guie no rumo certo
Que ela faça sua parte
Que a razão fique por perto

Eu aqui na Pinhão Velho
Vou lutando contra a dor
Sabendo que ela só acaba
Começando outro amor

Enquanto o amor não chegar
Se é que ele chegará
Vou sofrendo meu destino
Esperando o que virá

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